Anvisa retira exigência de repetir estudos de fase 3 no Brasil para aprovar vacinas para Covid-19. É a vez da Sputnik?

Nesta quarta-feira (3/02), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retirou a exigência de realização de estudos em fase 3 para a aprovação emergencial de vacinas de Covid-19. Com isso, abre-se a possibilidade de aprovação emergencial de outras vacinas desenvolvidas no mundo, como a russa Sputnik V, pedido que já havia sido realizado pelo seu representante no Brasil em meados de janeiro.

Na última terça, saíram os estudos de fase 3 da Sputnik V, a qual apresentou eficácia de 91,6% em um contingente de 20 mil participantes. Esse resultado animador dá ao Brasil uma ótima oportunidade de diversificar os seus contratos, diminuir a dependência de poucas corporações e incorporar a vacina russa no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A Argentina, país latino-americano que iniciou a vacinação de sua população com a Sputnik V ainda no final de 2020, e desde então vacinou mais de 375 mil pessoas. Além disso, outros países do mundo também já iniciaram a vacinação com a vacina russa: Bolívia, Argélia, Cazaquistão, Turcomenistão, Palestina, Emirados Árabes Unidos, Paraguai, Armênia, Hungria, República Sérvia da Bósnia, Venezuela e Irã.

Em paralelo, o consórcio dos nove estados da região Nordeste do Brasil articula a aquisição de 50 milhões de doses emergenciais da Sputnik V, com previsão de entrega de 10 milhões em março, em caso de sua aprovação pela Anvisa. Como destacou bem o blog “Outra Saúde”, o governo federal não parece inclinado a oferecer qualquer entrave à aprovação da Sputnik V, desejando agilizar o processo. Os seus apoiadores já diziam na semana passada que essa poderia se tornar a “vacina do Bolsonaro”.

Nas últimas semanas, a catástrofe sanitária em Manaus, a queda na aprovação do governo Bolsonaro e os clamores populares pelo Impeachment parecem ter alterado a conjuntura. A disputa de protagonismo no combate à pandemia com os governadores e com setores da direita liberal parece fazer Bolsonaro mudar a sua tática.

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